Cordel do alicrope
Quininho de valente
Acontece que isturdia
Eu, matuto do lameiro
Tabaréu caatingueiro
Saí pra roça caçar
Vesti as carças
Minhas butinas zeradas
Só três anos de comprada
Que faz pena inté gastar
Levei marmita, um facão, a cartucheira
Vesti também as perneira
Pras cobras num me morder
Passei na casa do cumpade seu Ufrazo
Um mateiro dos danado
Num dá tiro pra perder
Fumo pros mato pra mode caçar teiú
Andando sempre pru sul
Mode num desencontrar
Subimo serra, entremo pelas caatinga
No Riacho da Mantinga
É que o causo vêi se passar
Lá pra mei dia, já tava desanimado
Surubi mais o Maiado
Começaram a latir
Me apareceu uma baruêra danada
Pro trás duns pé de quixaba
O maior passo que eu já vi
Gritei: cumpade, ói o tamanho do berrador
Tu que é véi de caçador
Já viu rola de trinta arroba?
E o cumpade com os zói arregalado
Já tava todo mijado
De medo da coisa doida
Era comprida, tinha três ou quatro braças
Com um cabão e uma coraça
E um cataventão enriba
Arredondado, tinha uns quatro zói de vrido
E os pés de dividido
Parecia duas ripas
Oiêi pra trás e num vi mais o cumpade
Só escutei o alarde
Da caatinga se quebrano
O fio da peste correu me deixou só
Sem saber o que era pior
Com aquele bicho me oiano
Aí me deuuma corágem repentina
Passei mão na carabina
E piquei fogo do taco
E acertei no catavento de trás
Que era mais pequeno, mas
O bicho começou rodar
Fez fumaceiro, rodava que nem pião
Se estribuxou no chão
E aquetou os catavento
Daí então foi que aumentou meu susto
O bichão abriu o bucho
E sartou dois home de dento
E me oiaram com umas cara de enraivado
Mesmo eu tendo sarvado
Os cabras daquela fera
Os dois ingratos puxaram foi dois revolve
Eu não sou besta em mole
Passei cebo nas canelas
Atropelei mandacaru e cansanção
Corri que nem um sardão
Enrabado com um menino
Cheguei em casa amarelo de cansado
A mulé me viu lascado
Inda ficou foi surrino
Minha mulé, é mulé esclaricida
Já viu tudo nessa vida
Foi inté em Sarvador
Aí então contei o causo todo pra ela
Ela ficou assombrada
E deu risada que engasgou
Ela me disse que já viu daquele bicho
Que não é nenhum feitiço
É que nem um artomove
E me falou que eu tava complicado
Pois eu tinha acabado
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
Eu, matuto do lameiro
Tabaréu caatingueiro
Saí pra roça caçar
Vesti as carças
Minhas butinas zeradas
Só três anos de comprada
Que faz pena inté gastar
Levei marmita, um facão, a cartucheira
Vesti também as perneira
Pras cobras num me morder
Passei na casa do cumpade seu Ufrazo
Um mateiro dos danado
Num dá tiro pra perder
Fumo pros mato pra mode caçar teiú
Andando sempre pru sul
Mode num desencontrar
Subimo serra, entremo pelas caatinga
No Riacho da Mantinga
É que o causo vêi se passar
Lá pra mei dia, já tava desanimado
Surubi mais o Maiado
Começaram a latir
Me apareceu uma baruêra danada
Pro trás duns pé de quixaba
O maior passo que eu já vi
Gritei: cumpade, ói o tamanho do berrador
Tu que é véi de caçador
Já viu rola de trinta arroba?
E o cumpade com os zói arregalado
Já tava todo mijado
De medo da coisa doida
Era comprida, tinha três ou quatro braças
Com um cabão e uma coraça
E um cataventão enriba
Arredondado, tinha uns quatro zói de vrido
E os pés de dividido
Parecia duas ripas
Oiêi pra trás e num vi mais o cumpade
Só escutei o alarde
Da caatinga se quebrano
O fio da peste correu me deixou só
Sem saber o que era pior
Com aquele bicho me oiano
Aí me deuuma corágem repentina
Passei mão na carabina
E piquei fogo do taco
E acertei no catavento de trás
Que era mais pequeno, mas
O bicho começou rodar
Fez fumaceiro, rodava que nem pião
Se estribuxou no chão
E aquetou os catavento
Daí então foi que aumentou meu susto
O bichão abriu o bucho
E sartou dois home de dento
E me oiaram com umas cara de enraivado
Mesmo eu tendo sarvado
Os cabras daquela fera
Os dois ingratos puxaram foi dois revolve
Eu não sou besta em mole
Passei cebo nas canelas
Atropelei mandacaru e cansanção
Corri que nem um sardão
Enrabado com um menino
Cheguei em casa amarelo de cansado
A mulé me viu lascado
Inda ficou foi surrino
Minha mulé, é mulé esclaricida
Já viu tudo nessa vida
Foi inté em Sarvador
Aí então contei o causo todo pra ela
Ela ficou assombrada
E deu risada que engasgou
Ela me disse que já viu daquele bicho
Que não é nenhum feitiço
É que nem um artomove
E me falou que eu tava complicado
Pois eu tinha acabado
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
De matar um alicrope
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