Garimpeiro
Quintino e quirinoEu parei pra descansar e almoçar num restaurante
Nisso chegou um senhor, descalço e sujo bastante
trazendo numa sacola
Não era pano e nem sola
Feita de embira e barbante
O moço pediu licença, de um modo muito educado
Pra falar com um ricaço que ali tinha parado
Eu vou para São Paulo, capital do meu Estado
Mas eu estou sem dinheiro
Quero duzentos cruzeiros
Se for possível emprestado
A minha viagem é longa, ainda estou no começo
Aqui passa muita gente mas ninguém eu não conheço
Se me fizer o favor, eu levo o seu endereço
Pode ficar sossegado
Eu lhe pagarei dobrado
E desde já lhe agradeço
O ricaço respondeu, se arretire ser imundo
Eu não empresto dinheiro para homem vagabundo
O moço já retrucou, seu engano é profundo
Lutando com o cascalho
Premiei o meu trabalho
E sou feliz nesse mundo
Seu moço sou garimpeiro, mas já trabalhei bastante
Eu venho do rio das mortes que daqui ficou distante
Agora vou lhe provar, o meu trabalho importante
Abriu a sacola feia
E lhe mostrou quase cheia
Se preciosos diamantes