O bafômetro
Quirino filhoPorque o guarda me pegou.
Não posso dirigir, o bafômetro acusou.
Pois tinha no meu sangue.
Quase um litro de cachaça.
Agora eu volto andando.
Pela rua trupicando.
Se cair do chão não passa.
O cumpadre me falou.
Dessa vez é pra valer.
Toma jeito pé de cana, os homem vai te prender.
Eu ia pro pra gandaia e bebia feito um louco.
Pegava meu possante, era um doido no volante.
Pra morrer faltava pouco.
Eu to voltando a pé.
Porque o guarda me pegou.
Não posso dirigir, o bafômetro acusou.
Pois tinha no meu sangue.
Quase um litro de cachaça.
Agora eu volto andando.
Pela rua trupicando.
Se cair do chão não passa.
Sempre fui homem direito.
Honrado e trabalhador.
Mas ninguém é perfeito, e eu perdi meu grande amor.
Pra esquecer a malvada eu corria pros boteco.
Saia do serviço, era quase um compromisso.
Mas agora eu tô esperto.
Eu to voltando a pé.
Porque o guarda me pegou.
Não posso dirigir, o bafômetro acusou.
Pois tinha no meu sangue.
Quase um litro de cachaça.
Agora eu volto andando.
Pela rua trupicando.
Se cair do chão não passa.