Depois de esperar vem naquele padrão
Sem lugar pra sentar nem apoio de mão
Poucos falam um “A”, muitos reclamação
De costume eu vou, meto o fone de ouvido e partindo
Duas horas pra chegar no destino
É, na praça da Sé, com centavos que sobrou
Senhor, por favor, um minicafé
É hora de entrar, bater o cartão
E aí, como tá, bom dia, patrão
Dez minutos atrasado, ele nem me responde
Porque mora do lado, problema meu que moro longe
Firmão, isso é pouco pra mim, tru
Tenho que trampar pra pagar minha facu
Os livros são caros, o meu tempo é raro
Se não estudar, tru, tomo mó preju
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
São diferenças sociais
São diferenças extremas
São diferenças desleais
Pra uns é mó sofrimento
Pra outros fácil demais
Às dezoito eu saio do trampo, vou a milhão
Embarco no metrô, pego mais um busão
A milhão só minha mente porque mó lentidão
Que é horário de pico e só motos que transitam
Mas chegando no ponto corri, fui, dei um gás
Já perdi muitas aulas no mês, não posso mais
Mas fui surpreendido, ó só, irmão, vai vendo
Os polícia me parou porque tava correndo
E demorou, cena humilhante
Até provar pros bico que eu era estudante
Chegando lá na faculdade
É tu se preparar pra lidar com outra realidade
É você ver os boy falar pro cê
Que acordou às três da tarde porque foi no rolê
Que gastou mais de mil conto pra fumar e beber
Que eu devia ter colado e que mosquei de perder
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
São diferenças sociais
São diferenças extremas
São diferenças desleais
Pra uns é mó sofrimento
Pra outros fácil demais
Eu chego sempre cansado, ele todo empolgado
Eu meio estressado, ele muito engraçado
Na corrida da vida ele já vai disparado
E eu tô lá atrasado, com os braços atados
Eu não invejo, não, mas quem dera eu, tá ligado
Nascer no berço de ouro e o que quisesse comprado
E ele nem é culpado de com dinheiro nascer
Complicado pra nois, difícil por não ter
Mas firmão, vou seguindo na caminhada
Uns têm, outros não têm, então cada um cada
E a escada tem vários degraus pra subir
Complicada, mas eu sei que vou conseguir
Vou nessa aí, tenho que estudar
Ele diz que não, que o esquema é um bar
Eu disse sumemo, então pode pá
Preciso correr, um dia chego lá
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
É, às vezes o que é bom pra você
Outros tão dispensando e não quer nem saber
Tu tá se matando e lutando pra ter
Outros tão só gozando e tirando um lazer
São diferenças sociais
São diferenças extremas
São diferenças desleais
Pra uns é mó sofrimento
Pra outros fácil demais
É isso mesmo, parceiro
Alguns têm, outros não têm
Mas quem tem dinheiro tem dinheiro