Meia-volta
Rafael altério
Meia-luz de candeeiro
Passos no terreiro
Sombra no pomar
Passos no terreiro
Sombra no pomar
Noite escura sem cruzeiro
Nada que apontasse
Pra qualquer lugar
Meio rosto na soleira
Um sorriso incerto
A me acompanhar
Meia-volta, volta e meia
Como não soubesse
Se devesse entrar
Sua vinda é travessia
E sei que anuncia
Fogo, vendaval
Mas nada disso importa,
Pode entrar
Por ao menos um instante
Diga que só veio
para me levar
Por estradas bem distantes
Onde ninguém passe
Onde passa o mar
Entre versos e cantigas
Por toda essa vida
Vamos caminhar
Ah, eu queria apenas acreditar
Acreditar
Sei que já vai embora
Não se demora, não vai ficar
Mas não me deixe agora
Sem o descanso do seu olhar
Deixe ao romper da aurora
Surgir o dia , eu me acalmar
e quando fôr a hora
quem sabe eu possa até não chorar
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