Locus amoenus
Raul castro brasil beco
Olho os espaços, finos retratos
De tudo que há aqui
Vem um desejo que desconheço
Que se apodera de mim
De tudo que há aqui
Vem um desejo que desconheço
Que se apodera de mim
Vem uma nota que ainda torta
No rascunho ela passa a surgir
Vem uma melodia quase que sofrida
Querendo das cordas sair
E vem um canto
Querendo deslanchar
E vem um canto
Que nem rosa desabrochar
Saio nas ruas que já obscuras
Nada têm a me dar
Olho a multidão que já sem coração
Não pode e não quer me ajudar
Vou à praia de forma insensata
Tentando encontrar
E quando encontro choro aos prantos
Em frente à lua, em frente ao mar
Eu canto
Tudo que pode e se deve achar
Eu canto
A natureza desse lugar
Canto em cada canto
Canto o que vejo
Canto em cada canto
O que quero encantar
Canto as estrelas do céu
Ou canto as estrelas do mar
Canto as luzes e os ventos
Ou sol que logo cedo há de me banhar
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