Refutare

Sombra À vida

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Se a ganância ofusca seus olhos
E o impede de enxergar
Um pai desesperado
E a criança a chorar

Se a fome não tem piedade
E o carrasco também não
É tão igual ao seu rancor
Que corrói seu coração

As lágrimas da criança
Faminta de ontem
Que não tocaram em você
Não te tocaram com certeza!
Mas os tiros que hoje saem
Da arma dela
Ao invés de apenas tocarem
Acertaram em cheio a sua cabeça

Cada lágrima
E gritos de dor que adoecem o espírito
Fortalecem o seu rancor
E a dor de ser deixado pra trás

Em você sangra
Como nele sangraria
Em ti dói
Como nele doeria
Nem melhor nem pior, apenas diferente
Nem melhor nem pior, seja frio ou quente

Estar condenado às margens nem sempre é estar
Condenado a se esconder
Sombra à vida

As lágrimas da criança
Faminta de ontem
Que não tocaram em você
Não te tocaram com certeza!
Mas os tiros que hoje saem
Da arma dela,
Ao invés de apenas tocarem
Acertaram em cheio a sua cabeça

Cada lágrima
E gritos de dor se convertem em atos
Nem sempre em atos de amor
E a dor de ser deixado pra trás

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