Rejane luna

Devaneio

Rejane luna
Horas me vão massacrando,
Reduzindo-me a zero.
Finjo não a estou esperando,
Espero até o desespero.
Meu pensamento me assombra
E esse silêncio gelado,
Dela não resta nem sombra,
Dela meu sonho sonhado.
Já paguei tanto pecado,
Já perdi o meu juízo.
Tem dó desse alienado.
Oh! ávido paraíso.
Se ela voltar ao pedaço,
Direi, não estou mais a fim
Serei meu próprio palhaço,
Rei do meu próprio festim.
Serei eu, meu próprio muro,
Meu medo e minha dor.
Ouçam seus passos no escuro.
Juro que ela voltou.

Alô, sorriu sem rebuço.
Será, será devaneio?
Não sei, só sei que em soluço
Afogo o rosto em seu seio.

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