Crônica carioca
Renato almeidaO Sol lá no alto é fiel guardião
Do povo na areia que vai e que vem
E imprime na pele a cor da estação
Rio de Janeiro, portal do Brasil
Que maravilha, belezas mil
O Redentor, como sempre, mantém
Os braços abertos num gesto gentil
Quanta luz, quanta beleza
Comunhão homem-natureza
No meu peito, a certeza
Da existência e do amor de Deus
Olho o céu da cidade
E um desejo me invade
Oh, meu Rio, que vontade
De nunca ter que te dizer adeus
Mas, de repente: Pega ladrão!
Um corre-corre, medo, confusão
Tiros e gritos, não sei de onde vêm
E um corpo estendido, sem vida, no chão
Tiros, gritos, medo, a morte brutal
Destroem meu dia feito um vendaval
Sinto-me ferido, alvejado também
Vítima anônima do tiro fatal
No meu peito, a tristeza
Fez de mim mais uma presa
Pobre mãe natureza
O cenário agora é tão sombrio
Olho o céu da cidade
E uma dor me invade
Peço a Deus piedade
Oh, Senhor, perdoa e protege o Rio!
O Rio, o Rio
Meu Rio