Renato coelho

Clandestino

Renato coelho
Os guardas dizem o que eu tenho que fazer,
Enquanto os presos vão se enforcando com as cordas.
E os colchões velhos pegam fogo.
Sai tudo ao vivo na droga do jornal.

Eles fizeram reféns, eles são inocentes. E quem não é perante nossa lei?
Bobos da corte, fazem graça ao rei. E viram homens aqueles que são gays.

E o governo diz que tudo é tão normal. Farão direito na reeleição!
Cortam as verbas da saúde e educação. Se filiam ao banco do patrão.

Vamos vibrar, a gente é plateia esfomeada, sedenta atrás de guerra.
Batendo palma quando o outro ganha, o prêmio de ouro de maior sacana.

É a indiferença que nos faz humanos.
Ver outro triste é nos fazer feliz
Menos que macaco, um pouco mais que rato, somos perversos e baratos.
Vendemos armas, somos clandestinos, pobres humanos sem destino.

Jogaram bombas nos fóruns
Estupraram as freiras da igreja
Até os padres entraram na dança

E eu muito trouxa fiquei do lado do bem, fiz cara feia e morri também

Não há ordem ou progresso

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