3xr (rua, raiz e resistência)
Resistência urbanaEsse é o ritmo rua raiz resistência, pra quem vacila cobrança é sequência
Valores à venda, nos olhos a venda, o amor em ausência (não é emergência)
Acidente entre aspas é plano há tempos, povão na migalha entornando o veneno
Morrendo por dentro (vivendo ao relento) se humilhando e sofrendo por pouco sustento
Vitimização só pra quem não vê (é mérito, jão)
Fale por você que abraçou a chance e conseguiu chegar, na contramão é difícil nadar
Playboy fala fala, minoria manipula a massa
Escola particular (pobre pode?), faculdade pública (tá sem sorte)
Ó o bote! A serpente se arrasta, te arrasta semeia a desgraça
Capote! São vários pivete no beck e no lança na praça
Destruição é em massa gradativamente a juventude se ilude nas ideia fraca
E a fogueira das vaidades queima, vários e vários caem no jogo do sistema
Manipulação é problema tecnológica-mente te aliena
A rede armada pra te prender, mostra uma vida diferente pra você
Onde um polegar pra cima tem o poder de mudar sua autoestima
Fora do mundo real, relações só se estreitam quando tem sinal
Vírus na mente do tal, que se acha por fã de rede social
Até o caldeirão ferver vê se não se esquece que a água fica morna
É fácil sorrir e beber, mas o tempo passa e na brasa o bagui endoida
Não adianta correr, a informação é desvio ela é rota de fuga
Sem ela não há saber, os caminhos rumam pra traseira da viatura
Segura! Olha o neguinho! (pega ladrão!)
Informação, educação, é o que evita essa situação
Não é vantagem o fim da guerra pra quem ganha grana com ela
Tem gente que vive um mundo de aquarela, eu sou favela!
Tem gente que acha que sabe de mais, pensa que que sabe demais
Mas não conhecem a verdadeira paz
Gente que sabe demais, pensa que sabe demais
Procuram em coisas fúteis o que satisfaça o ego
Martelo nessa cabeça de prego, pancada de realidade
Esquece o ego cego, nego certo império desonesto, desconverso
Quebro o resto indigesto do insucesso, me apresso, esquento o verso
O cinto aperto, solto o verbo, me elevo, não é mistério, o fim tá perto!
[LV]
Se a primeira impressão é a que fica, melhor não olhar pra periferia
Favela sofrida e abandonada, tijolos à mostra, obra não terminada
Pipa no alto ou preso no fio, investimentos aqui, ninguém nunca viu
Rua, raiz, resistência, playboy se assusta repensa a existência
Pensa que é alguém se julga além, pelo que faz ou pelo que tem
Pela casa que mora ou pelas notas de cem, do seu próprio dinheiro se torna refém
Cena bagunçada vários manos se confundem, dinheiro, mulher futilidades os iludem
Cego pelo ego não enxerga a verdade, até o pescoço enterrado na vaidade
Mas a rua cobra quem fala besteira, ramela na cena e leva rasteira
Quem aprende com a queda respeita a favela, diferente de quem se cresce e gela
Evoluir? Sim é normal, mas manter a essência é essencial
A vida te cobra, mas não te oferece, árvore que tem raiz não perece
Resiste a qualquer furação, preserve as raízes bem firmes ao chão
Favela é resistência pura, diz não a ditadura
Enquanto homens de cinza praticam tortura, o povo enfrenta a vida dura
Ei, playboy que aponta sem ver, segura o som que o coro vai comer
A escola da rua ensina, com a caneta e o papel é que eu faço chacina
Quebro as correntes do preconceito, liberto a mente do branco e do preto!
(Libertação, resistência urbana, irmão! Liberação resistência urbana, irmão!
Libertação, resistência urbana, irmão! Libertação, resistência urbana, irmão!)