A anarquia não É utopia
Revolta mútuaFantasmas que desprezo o meu sangue é anarquista
A polícia é o cão da burguesia
Dos homens de bem sob o véu da hipocrisia
A lei pesa a balança pro poder
O povo defende sem perceber
Foda-se o bispo, o padre e o pastor
A ganância do impostor nunca me enganou
Nada impedirá minha potência
Pois eu pago o bem com o bem e o mal com a violência
Toda liberdade é negra, é pária
Não é vermelha nem da cor da sua pátria
Pátria é o caralho, sou cidadão do mundo
Sou africano, sou índio, sou um novo homem a cada segundo, a cada segundo
Não acredito nas bandeiras dos partidos
Que proclamam os proletários unidos
Um soldado patriota escravo como sina
Prá defender os interesses dos que estão acima
Não sou nem serei o que o sistema quer: Joãos e Marias
Sou revoltado vivendo um devir-minoria
O meu grito é anarquia
A anarquia não é utopia
É a ação que vem do coração
Nazistas, fascistas não passarão
Não adianta o opressor tentar trancar meu grito
Não me iludo com dinheiro sujo nem sorriso cínico
Sou louco, sou ateu, sou anarquista
Não preciso de senhores eu que faço minha justiça
Minha lei é liberdade custe o que custar
Nem que eu tenha que morrer ou tenha que matar
Sou spartacus na arena enfrentando o império
Derrubando a muralha, destruindo o castelo
Não há defesa contra a rajada dos meu versos
Passo por cima do labirinto de concreto
Que aprisiona as massas num jogo vicioso
Que transforma a cidade num hospício odioso
Eu digo não a toda forma de poder
Eu digo não a toda forma de opressão
Minha manifestação se faz no dia a dia
É por isso que a anarquia não é utopia
Ninguém me governa nem na terra nem no céu
Minha visão é horizontal não é sua torre de babel
Democracia é ilusão de alforria
E o capitalismo a religião que anestesia
A anarquia não é utopia
É a ação que vem do coração
Nazistas, fascistas não passarão
Diante desses fascistas que não passam de carniças
Eu sou um negro e temido urubu
O robocop entra em choque por causa do meu estilo
Autoridade vai tomar no cu
Eu não sigo este caminho, não, onde as pessoas seguem cegas e adestradas
Sei que posso destruir essas correntes, que impedem que o sonho seja a rota mais traçada
Sou como um rádio de guerra abandonado
Que ainda traz mensagens de um mundo angustiado
Um foragido do sistema, sem algemas que aprisionam as multidões
Pelas grades invisíveis que a mídia utiliza para por os seus grilhões
Roubando as nossas vidas em troca do consumo
Transformando a pessoa em um número marcado
Minha visão do real tá me deixando no breu
E por um curto momento de pensamento eu viajo
Um trem desgovernado, sem condutor
Anunciando que a liberdade já chegou
Eu sou pensante, escrevo letras com sangue, rasgo meus versos nos autos- falantes
Sem lenço e sem documento estou aqui de passagem
A propriedade é um roubo
Minha natureza é selvagem
A anarquia não é utopia
É a ação que vem do coração
Nazistas, fascistas não passarão
Em memória a todos os que morreram nas trincheiras defendendo a liberdade
Por todos os que lutaram contra o nazismo e o fascismo na segunda guerra
Aos artistas e pensadores que com suas ideias acenderam as chamas da resistência
Às bravas mulheres que lutaram para derrubar o regime patriarcal
E a todos aqueles que foram torturados, presos, execrados, expulsos, exilados, massacrados por regimes autoritários nos quatro cantos do mundo
Gritamos que: A anarquia não é utopia!