Ricardo botter maio

Johny quieto

Ricardo botter maio
Johny Quieto um dia pulou os muros do silêncio
Com seu megafone e um arsenal de palavras pra dizer
Que em raaa não adianta mais se esconder

Que as coisas mais lindas que vêm, e que passam
Pensassem nos que virão
Que as vozes que nos bombardeiam
Ainda tão cheias de ambição
Que as euforias blindadas
Não conseguiam mais sonhar
E seus filhos dançavam felizes
À beira de abismos invisíveis
Alguns quase perfeitos com seus belos carros
Pareciam-se com ilhas decadentes e sós
Que as TVs e cinemas ainda mostravam violência
Pros olhos cansados e abandonados de todos nós

Que os brinquedos da fome não são de mentira
Que os palácios do ódio começam a ruir
Que os desejos dos filhos não destruam o resto do mundo
Que os exércitos com seus navios, e aviões nos levem pra passear
Que chorem, que cantem como o Kazaquistão
Pela infinita e urgente preservação
Que as mãos sedentas de vidas se esqueçam das armas
Que se calasse a música da dor
Gritadas a cada mina que explode
Que os uniformes de guerra vestissem a todos com frio
Que as religiões e as etnias fossem uma festa sem fim
Que os ídolos inúteis sumissem pra sempre
Que as artes e o amor preencham pra sempre o grande vazio

Johny Quieto com seu megafone
Em 1999, tentando nos fazer lembrar
Do esquecido, pero imenso amor
Que nos move

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!