O hômi-gabirú
Ricardo pereira
Não obstante toda sua euforia, eu venho em parceria lhe cantá esse refrão
Refrão doido como a vida dessa gente que já nem parece gente já que é tanto seu pená
Eu também peno, bebo nada, como vento, inda quase me arrebento, trabaiando sor a sor
Sorte mardita nascê e morrê na lida dessa vida ispremida que nos enche de afrição
Minino, eu sô o hômi-gabiru / Ô xente, eu sô o hômi-gabiru
O sertanejo é cabra-macho e 'guenta tudo, contudo ninguém merece toda essa exploração
Açude cheio tern muito pelo Nordeste, mas os cabra-da-peste num deixa a gente mexe
O argumento é que é pra irrigação, cana-de-açúcar, feijão-verde e milho bom
É bom pra eles que veve de bucho cheio sem passá os aperreio que nóis passa por aqui
Ô xente, eu sô o hômi-gabiru / É sim, eu sô o hômi-gabiru
Minhas criança tão secando a olho-visto, é o que lhe digo, dói inté o coração
Antigamente caçava jacuraru e cortava mandacaru que era pra mó deles cumê
Hoji dá pena olhá prus meu minino: tudo mufino, pequenino que dá dó
E o maió, que inda tá desse tamanho e corre doido pelos campo atráis do que cumê
Coitado, vai sê hômi-gabiru / Mais um que vai sê hômi-gabiru
Ano passado veio um cara engomado dizendo: "Num si avexe, que tudo vai miorá,
Eu tenho aqui a solução pro seu pobrema, ja tracei todo o isquema, num carece priucupá
É só votá nesse hômi que lhe indico, é o que lhe digo: sujeito bom, taí!
Conhece tudo do Nordeste pelos livro, vosmecê, dessa veiz, vai sê feliz"
Nunca mais vai sê hômi-gabiru / Vai deixa de sê hômi-gabiru
E eu intão, que num sei lê nem iscrevê, mas que cunfio no futuro do país
Me arrumei, peguei o tito de eleitô e em veiz de nome fiz um baita de um xis
E hoji aqui espero olhando para o céu, um tabaréu nesse mundão de meu Deus
Que tudo mude, que liberem os açude que é prus minino tê infim o que cumê
Voltei a sê o homem-gabiru / Nem deixei de sê o hômi-gabiru
Eu vô m'imbora, que eu já tô meio avexado, visse? Aperriado de tê lhe tornado tempo
É... o sofrimento ainda e muito grande, mas eu cunfio em Deus do céu, nosso sinhô
Qui vai ponhá um bocadinho de juízo na cabeça desses hômi-mandadô
Inté mais vê, eu sô o homi-gabiru
Refrão doido como a vida dessa gente que já nem parece gente já que é tanto seu pená
Eu também peno, bebo nada, como vento, inda quase me arrebento, trabaiando sor a sor
Sorte mardita nascê e morrê na lida dessa vida ispremida que nos enche de afrição
Minino, eu sô o hômi-gabiru / Ô xente, eu sô o hômi-gabiru
O sertanejo é cabra-macho e 'guenta tudo, contudo ninguém merece toda essa exploração
Açude cheio tern muito pelo Nordeste, mas os cabra-da-peste num deixa a gente mexe
O argumento é que é pra irrigação, cana-de-açúcar, feijão-verde e milho bom
É bom pra eles que veve de bucho cheio sem passá os aperreio que nóis passa por aqui
Ô xente, eu sô o hômi-gabiru / É sim, eu sô o hômi-gabiru
Minhas criança tão secando a olho-visto, é o que lhe digo, dói inté o coração
Antigamente caçava jacuraru e cortava mandacaru que era pra mó deles cumê
Hoji dá pena olhá prus meu minino: tudo mufino, pequenino que dá dó
E o maió, que inda tá desse tamanho e corre doido pelos campo atráis do que cumê
Coitado, vai sê hômi-gabiru / Mais um que vai sê hômi-gabiru
Ano passado veio um cara engomado dizendo: "Num si avexe, que tudo vai miorá,
Eu tenho aqui a solução pro seu pobrema, ja tracei todo o isquema, num carece priucupá
É só votá nesse hômi que lhe indico, é o que lhe digo: sujeito bom, taí!
Conhece tudo do Nordeste pelos livro, vosmecê, dessa veiz, vai sê feliz"
Nunca mais vai sê hômi-gabiru / Vai deixa de sê hômi-gabiru
E eu intão, que num sei lê nem iscrevê, mas que cunfio no futuro do país
Me arrumei, peguei o tito de eleitô e em veiz de nome fiz um baita de um xis
E hoji aqui espero olhando para o céu, um tabaréu nesse mundão de meu Deus
Que tudo mude, que liberem os açude que é prus minino tê infim o que cumê
Voltei a sê o homem-gabiru / Nem deixei de sê o hômi-gabiru
Eu vô m'imbora, que eu já tô meio avexado, visse? Aperriado de tê lhe tornado tempo
É... o sofrimento ainda e muito grande, mas eu cunfio em Deus do céu, nosso sinhô
Qui vai ponhá um bocadinho de juízo na cabeça desses hômi-mandadô
Inté mais vê, eu sô o homi-gabiru
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