Rima À pampa

Eu não faço parte

Rima À pampa
[Caléki]
Fico sozinho e sentado, olhando pela janela
Vejo o mundo alienado, e me sinto numa cela
Preso no meio do cinza e da monotonia
É mais um dia como outro dia, nessa rotina
Estressante, mas por um instante, quem diria
O céu se abre, e o Sol brilha

É como acontece dentro da minha cabeça
Quem dera fosse moleza, fazer nela uma limpeza
Incerteza, tem mais do que álcool no absinto
Tranquilidade já tá mais pra um animal extinto
Mas de repente eu sinto, uma paz ilusória
Vontade de ir seguindo, a minha trajetória
Como se tudo na vida fosse falso como um jogo
E fosse, da hora ter que atravessar o fogo
Mas isso dura pouco e vem a escuridão de novo
Quanto tempo mais vou aguentar esse sufoco?

[E.R]
E cada por-do-Sol que eu vejo é uma facada
É menos tempo que eu tenho pra ficar nessa estrada
Inacabada eu não fiz nada foda o suficiente
Impotente, eu não quero ser só mais um indigente
Vendo o mundo se acabando, bem na minha frente
Quero um futuro, mas já não tô tendo um presente

[Caléki]
Do mundo da maldade, eu não faço parte
Pra falar a verdade dá, até vontade
De viver sozinho, tipo lá em Marte
Não é que eu esteja agindo como um covarde
Mas sinto algo estranho, um tipo de ansiedade
Tenho que fazer algo, antes que seja tarde

Tipo um bêbado que bebe e esquece os problemas
Se livra das algemas, é uma besteira extrema
Nesse esquema, o álcool até parece que ajuda
Mas no fundo, se sabe que na verdade nada muda
Falando em fundo, minha mente me afunda
Me afogo em pergunta, na preocupação imunda
Minha mente me tortura, me faz prisioneiro
E fugir dessa loucura, já não tem mais jeito
Quando se quer viver, mas só querer já não basta
Segurança já tá vasta, auto-estima também gasta
Pro fim o mundo se arrasta, e eu aqui isolado
Inconformado, vendo a vida entrar pelo ralo
Preocupado, com cabeça lá do outro lado
Pensando em como todo esse lixo tá errado

Do mundo da maldade, eu não faço parte
Pra falar a verdade dá, até vontade
De viver sozinho, tipo lá em Marte
Não é que eu esteja agindo como um covarde
Mas sinto algo estranho, um tipo de ansiedade
Tenho que fazer algo, antes que seja tarde
Antes que seja tarde

Mas o que tenho que fazer? Essa que é a grande questão
Porque eu vivo um suspense, desses de televisão
Não importa o quanto eu pense, não encontro a solução
Nada mais te derruba, quando já se tá no chão
Decepção, mas eu tô achando que não
Ainda dá pra cair mais, meu irmão
Tá ligado o ditado: O que tiver que ser será
E se não for pra ser nada, vale à pena aceitar?
Vivo esperando algo que eu não sei nem o que é
Mas eu tento ficar firme, eu tento ficar em pé
E esse mundo injusto só me deprime
As pessoas se alienam, e só aumenta o crime
Eu queria poder dormir sempre sempre sossegado
Mas isso não me abala por completo
Eu vou vivendo e correndo sempre pelo certo

Do mundo da maldade, eu não faço parte
Pra falar a verdade dá, até vontade
De viver sozinho, tipo lá em Marte
Não é que eu esteja agindo como um covarde
Mas sinto algo estranho, um tipo de ansiedade
Tenho que fazer algo, antes que seja tarde
Antes que seja tarde

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