Robson paines

Vice-versa

Robson paines
O rio sujo
Mortalha de traíras
Vazio de corruíras
No mato verde colar

O pé do homem
A verdadeira fera
Dentes insanos que comem
A primavera

Chaleira do meio-dia
Na chapa quente do Céu
Metáfora da agonia
Vermelho rosto sem chapéu

Faz inverno no verão
E vice-versa
O homem-fera tem no seu próprio coração
A parte adversa

A morte?
E Marte?
E a sorte?
E Sartre?

Faz estio que mata o milho e o feijão
Faltam água e consciência na cuia do chimarrão

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