Caçada de onça
Rolando boldrinDas terras de Mato Grosso bem no centro do sertão
Despedi da minha muié, dos meus fios, meus irmãos
Adeus meu pai, minha mãe, que eu não sei se vorto ou não
Muntei no meu burro baio que tem nome de colosso
Dei um nó no lenço preto amarrado no pescoço
Levei minha cachorrada pra pegar mais alvoroço
Carabina e bom facão, muita bala e chumbo grosso
Eu entrei numa picada, rezando e pedindo graça
Me enroscando no cipó, quase que o cipó me laça
Encontrei com uma pintada, minha gente que desgraça
Eu dei um tiro na onça ela veio na fumaça
Dei um galeio no corpo gritei pra Virgem Maria
Estourei mais dois balaço respondeu na serrania
Eu acertei na pintada que aos poucos se estremecia
Olé, lê, oh minha gente, quase quase que eu morria
Quem chegar no meu ranchinho com prazer eu mostrarei
O couro duma pintada tem quinze parmo eu contei
Tem dois buraco de bala fui eu memo que atirei
Mas por causa dessa onça quanto medo que eu passei
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