Sonhos e fumo
RoyalistickContrastes óbvios, preconceitos e diferenças
Então para quê tantos sonhos? E tantos sacrificios?
Com o tempo são esquecidos e transformados em vicios
Sujos e desagradáveis de quem sonhava acordado
Escolaridade é minima obrigatoria desempregado
Dá-me tempo para pensar e deixar de acreditar
Djô os esquemas e sistemas de sonhar faz-nos acordar
Para vermos o tempo a passar, à espera que algo aconteça
A contar os anos, sem ter cartas para pôr na mesa
Sem ter mais que uma chance, ou mesmo mais que uma certeza
Chama que me acende o night é a única que mantenho acesa
Inalo fumo, penso qual é o caminho da mudança
Está tão longe, que gente como eu não alcança
Onde é que pára a esperança? Simplesmente não existe
Se o que vês é o que levas, então não te iludas com o que viste
Porque a vida é triste 365 dias por ano
Boy não percebes, não existe um plano
Que melhore a situação, ou que nos dê outra opção
Foste marcado à nascença para bulir em prol do pão
Para beber vinho da torneira das águas municipais
Passar o resto da vida, em casa dos teus pais
À pala do orçamento, ou de condições estatais
Sujeito a ficar rico com 20 contos mensais
E é esta a vida que a pátria nos proporciona
Desigualdade de oportunidade e restringidos a uma zona
Chamada rua, chamada droga, ou mesmo crime
Para a life não ser sublime, mas um gajo mantém-se firme
E contradiz todo aquele que nos empurra
Ou o ódio que estimula a fraquejar, entrar num carro de patrulha
Porque é nula a chance, como a promessa de futuro
Então que se foda, sonhos são dissipados em fumo
(refrão)
Sonhos dispersos como fumo
Quando saem de dentro quentes como o ódio
Despreso ou esquecimento, que dentro de nós se acumula
Só como fumo se liberta, pelas promessas de futuro esquecidas em parte incerta
Sonhos, futuros promissores
Crianças educadas a pensar que vão ser doutores
Professores ou jogadores da bola
Único jogo é mesmo este, é que acabas a queimar sonhos e nem sequer te apercebeste
Vou ser isto, vou ser aquilo, vou ser o caralho dum operário
Não especializado por que o estado não deixou voar mais alto
Falar mais alto, pedir mais alto
Ou mesmo procurar respeito e dignidade sem ser de assalto
É esta a chance, ou vendes a alma, ou tentas comprar o sistema
Não há segunda escolha, ou outra resposta ao problema
É passar fome, vender o cu ou deellar wella
Sujeitos a conhecer uma cela
Aos mil e um tipos de merdas diferentes
Mas consequentes, da forma como os nossos sonhos são queimados em fumos quentes
Em altas temperaturas de desilusão,
Rasteirados pela life, enganados pela nação
Iludidos pela TV, confundidos com a novela
Mas o final é trágico porque a vida só é bela
Para "a bela adormecida" e companhia limitada
Porque neste país das maravilhas a Alice é puta e drogada
E o que é que dizes disto? Quem é que quer fumar disto?
São sonhos misturados com realidade do mais visto
Do mais sentido, do mais vivido
É abrir a pestana e perceber que não sonhei com isto
Porque a vida custa, pa toda a merda custa
Eu não tenho paca nem fusca, como é que pago duma forma justa
Como é que posso ter uma vida aparentemente normal
Como é que eu posso dar para survive sem dar um bisco ao outro que olhou mal
Não posso, e é nisso que mais sufoco
Ver tudo o que sonho ser dos outros e dos outros nada ser nosso
Vive acordado alerta e bem atento
E mesmo que palavras nada digam ao menos libertam sentimento
Cada dia que enfrento, e garanto que é frustrante
Ver ideias e projectos duma forma fumegante
E cada vez mais distante, das curtas horas que durmo
Eu já não sonho, só penso "o que é que amanhã fumo?"
(refrão)
Sonhos dispersos como fumo
Quando saem de dentro quentes como o ódio
Despreso ou esquecimento, que dentro de nós se acumula
Só como fumo se liberta, pelas promessas de futuro esquecidas em parte incerta
Sonhos, futuros promissores
Crianças educadas a pensar que vão ser doutores
Professores ou jogadores da bola
Único jogo é mesmo este, é que acabas a queimar sonhos e nem sequer te apercebeste