Vida soturna
Rufus lumberjackA loucura nas telas em meus devaneios
Pessoas ligadas, mas tão solitárias
E desesperadas pra serem notadas
Se mostram demais e falam demais
Não pensam jamais nos desfechos finais
Apontando, ferindo, brigando e seguindo
Sofrendo, sorrindo, ostentando e fingindo
Discutem o que é fútil, o que é raso e inútil
Ao invés do que melhoraria seu mundo
Uma bunda, o cabelo, um palhaço de terno
Cagando pela boca um discurso perverso
Que escancara a fraqueza da nossa nobreza
Da falta de alguma ideia coesa
Que surja, inclua, instrua e nos una
E preencha a lacuna dessa vida soturna
Um relacionamento, bonito e sincero
Transmutado tormento do abuso indiscreto
Difamada, traída foi retransmitida
Assombrosa ferida jamais esquecida
Ações libidinais se tornando virais
É sua intimidade em vários canais
A verdade exaurida foi emudecida
Pela conveniência das horas corridas
É o vício profundo do microssegundo
O moderno usufruto do poço sem fundo
Fora a selvageria de todos os dias
Tem a psicopatia que para alguns é alegria
Violências carnais em cenas medievais
Compartilhadas na rede como imagens banais
A risada imunda de uma alma moribunda
Nos lembra onde nossa decência chafurda
Há mais dispositivos que gente na terra
Um reflexo de um estilo de vida de merda
Tanta informação bem na palma da mão
Mas é quase impossível mudar de opinião
Se há certeza demais haverá o grito voraz
Temos muito pavor do que a mudança nos traz
E assim produzindo mais que consumindo
Concentrando riquezas e ao resto oprimindo
A manipulação digital polariza
E com a televisão tudo se potencializa
Enquanto irmão mata irmão por algum motivo idiota
O verdadeiro vilão bebe whisky em xoxotas
Você é burro, eu sou burro, somos burros não esqueça
Todos manipulados dos pés à cabeça
Importante mesmo é poder me mostrar
Num Tusssouds online pra minha imbecilidade imortalizar