Canteiros
Samuel de abreuFecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo claro feito dia
Mas nada do que ele dizem
Ne faz sentir alegria
E eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra cantar tristeza
Deixemos de coisa e cuidemos da vida
Pois senão chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra cantar tristeza
Deixemos de coisa e cuidemos da vida
Pois senão chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de tudo
É um conto sozinho
São as águas de Março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração