Forasteiro
Samuel ÚriaE ofereço a esfera ao espaço, está suspenso o meu apreço
Se o mundo me merece tanta prece, nem por isso
A mundos dou interesse, nem a crises dou acesso
Se o mundo é uma bolha de lamento, eu arrebento
E tento não estar dentro se se encontra em pronto pranto
Se o mundo não demora, que a agrura morra agora
E eu choro com quem chora pra os pescar do mundo fora
Não não não tenham medo
Que o mundo foi vencido
E eu sou aliado
Não não não tenham mundo
Que o medo foi criado
E eu sou doutro lado
Se o mundo é só um espelho do que eu valho, então trabalho-o
Definho o grilho velho que ainda escolho quando falho
Se o mundo é só a mágoa com que meço, então despeço-o
E regresso ao troço estreito exterior ao Universo
Tresmalho o rebanho
Aqui eu sou estranho
Minha marcha é recta
A vida é rotunda
O que não me afecta
Já não me afunda
Não não não tenham medo
Que o mundo foi vencido
E eu sou aliado
Não não não tenham mundo
Que o medo foi criado
E eu sou doutro lado
Não não não tenham medo
Que o mundo foi vencido
E eu sou aliado
Não não não tenham mundo
Que o medo foi criado
E eu sou doutro lado