Sangue de barro

Cordel virtual

Sangue de barro
Eu vou levar pra vender na feira!

Num cenário de espinhos e carcaças em pixel
O pobre homem de feições quadriculadas
Sofre a dor da sua fome de magabytes
Um cangaceiro foge por entre a cyber-caatinga
Se esquivando de balas de 500 Mhz
Miradas por um oficial da volantenet
as microondas solares carbonizam as idéias
Movimentos políticos manifestam-se
Pelo mail server
Enquanto eu esfrego meus olhos
¹Afastando pedaços de sonhos
Que estão muito longe de mim

Tentando fugir num beco sem saída
Do vazio matador que toma em assalto
A mão é um socorro para alçma caída
Descaso, omissão, verdadeiro desacato
É que visto de cima tudo parece belo
Numa realidade totalmente distorcida
Mocinhos e bandidos tranvando um duelo
Provocando uma guerra que espanca a nossa vida

A vida é bicho brabo, forte pela fé
É fogo-corredor, luta entre o bem e o mal
Estruturando idéias, me mantenho em pé
Improvisando de palavras: Cordel Vitual.

¹ inspirado em um trecho do romance "Vidas Secas" de Graciliano ramos

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!