Foi deus
Selma reis
Não sei
Não sabe ninguém
Porque canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E nesse tormento
Todo o sofrimento
Que sinto na alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou a rosa
Já deu ouro ao sol e prata ao luar
Foi deus que me põs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Põs as estrelas no céu
Fez um espaço sem fim
Deu luto ás andorinhas
Ai, deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura ou talvez amor
Só sei
Que cantando
Sinto mesmo quando
Se tenho desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E põs o azul nas ondas do mar
Foi deus
Que me põs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta ao rouxinol
Põs no campo o alecrim
Deu flores á primavera
Ai, deu-me esta voz a mim
Não sabe ninguém
Porque canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E nesse tormento
Todo o sofrimento
Que sinto na alma
Cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou a rosa
Já deu ouro ao sol e prata ao luar
Foi deus que me põs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Põs as estrelas no céu
Fez um espaço sem fim
Deu luto ás andorinhas
Ai, deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade, ternura ou talvez amor
Só sei
Que cantando
Sinto mesmo quando
Se tenho desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E põs o azul nas ondas do mar
Foi deus
Que me põs no peito
Um rosário de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta ao rouxinol
Põs no campo o alecrim
Deu flores á primavera
Ai, deu-me esta voz a mim
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