Caipira
Sérgio dalcin
O que eu visto não é linho
Ando até de pé no chão
E o cantar de um passarinho
É pra mim uma canção
Vivo com a poeira da enxada
Entranhada no nariz
Trago a roça bem plantada
Pra servir o meu país
Ando até de pé no chão
E o cantar de um passarinho
É pra mim uma canção
Vivo com a poeira da enxada
Entranhada no nariz
Trago a roça bem plantada
Pra servir o meu país
Sou, sou desse jeito e não mudo
Na roça nós temos de tudo
E a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato
Me orgulho de ser caipira
Doutor eu não tive estudo
Só sei mesmo é trabalhar
Nessa casa de um matuto
É bem vindo quem chegar
Se tenho as mãos calejadas
É do arado rasgando o chão
Se a minha pele é queimada
É o sol forte do sertão
Sou, sou desse jeito e não mudo
Na roça nós tem de tudo
E a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regato
Eu sou um bicho do mato
Me orgulho de ser caipira
Enquanto alguns fazem guerra
Trazendo fome e tristeza
Minha luta é com a terra
Pra não faltar pão na mesa
As vezes vou a cidade
Mas nem sei falar direito
Pois caipira de verdade
Nasce e morre desse jeito
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