Silmo e selmo

Sinhazinha

Silmo e selmo
Ó sinhazinha onde está o cuitê
que eu pedi pra vosmece, já são horas de matear
Que o índio velho vai pegar seu violão,
desfolhar uma canção sob o poncho do luar

Céu estrelado, de um azul tão profundo
toda a graça deste mundo vem pousar neste rincão
E o silêncio se esparrama na campanha
e a paz que o acompanha está implorando uma canção

Gaúcho, gaúcho eu sou
Índio velho abandonado, a querência é meu amor
Gaúcho, gaúcho eu sou
Índio velho abandonado, a querência é meu amor

E a sinhazinha que não traz o cuietê
Nem a chaleira a ferver nem a erva pra cevar
Há muito tempo a prenda linda foi embora
E o índio sonhando chora
Esperando ela voltar

Grande tristeza é viver nesse rincão
Sentindo no coração
Saudade e melancolia

Quando eu morrer
Ser enterrado aqui espero
No campo onde o quero-quero
Sempre me fez companhia

Gaúcho, gaúcho eu sou
Índio velho abandonado, a querência é meu amor
Gaúcho, gaúcho eu sou
Índio velho abandonado, a querência é meu amor

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