Silveira

Adeus mamãe

Silveira
Adeus mamãe
Já chegou a triste hora
Vou me despedir da senhora
Mas com dor no coração
É triste dizer adeus
E entre os braços teus
Eu choro de emoção

Deixe as lágrimas rolar
Tenho mesmo que chorar
Na hora da despedida
Vou apertar a tua mão
Pedindo a santa benção
Pois já estou de partida

Não sou filho que morri
Apenas eu vou partir
Pra poder ganhar a vida
Pra luta hei de vencer
Muito embora vou sofrer
Lá em terras desconhecidas

Deixarei o meu retrato
Na parede do meu quarto
Como simples recordação
Deste filho que saiu
Levando papai e mamãe
Para sempre no coração

Eu vou partir soluçando
E quando o dia for clareando
Estarei bem longe daqui
Deixarei a velha estância
Adeus casinha da minha infância
Adeus serra onde eu nasci

Sei que é dura a separação
Deixar o nosso sertão
E a mulher que me deu a vida
Vou morar em lugar distante
Relembrando o seu semblante
Oh! mamãezinha querida

Agora mesmo daqui eu saio
Adeus meu cavalo baio
Está triste a relinchar
Já sentindo o abandono
Pois talvez o seu dono
Aqui nunca mais vai voltar

O meu lindo sabiá
Da gaiola onde ele está
Cantando na solidão
Talvez esse passarinho
Deixou seu velho ninho
Como eu deixei o meu rincão

Adeus estouro de boiada
Adeus companheiradas
Adeus estradas empoeiradas
Que formam nuvem no espaço
Adeus meu velho berrante
Minhas campinas verdejantes
Adeus meu velho picaço

Adeus mamãe
A ausência neste mundo
É um martírio tão profundo
Que de triste a gente chora
Pois a fortuna que vou procurar
É para ver se posso dar
Mais conforto pra senhora

Fique com Deus, mamãe
Se nunca mais eu regressar
Peço a senhora pra rezar
Sempre uma prece por mim
Espero que hei de triunfar
E se acaso eu fracassar
Então será triste o meu fim

Mas se a sorte me ajudar
E a vitória eu alcançar
Aqui regresso de novo
Quero chegar triunfante
Trazendo amor no semblante
No convívio desse meu povo

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!