Coco de chegada
Silvério pessoaSilvério Pessoa / Herbert Lucena
Ô Cumpade, ô Cumade
Eu cheguei prá diversão
Sou brincante cantador
Lá das brenhas do meu sertão
Sou da escola de Lampião
Uso faca, utopia, espingarda e paixão
Prá defender o meu coração
Nessa terra de tanta fartura
Terra dura que nem rapadura
Atiro certeiro no alvo da vida
E vou prá brincadeira
Brincar com Maria Bonita
Sou coiteiro de Corisco
Diabo loiro do sertão
Quem com patuá se pega
Livra bala de rojão
Vou cantando, deixando meu rastro
Transformando os cantos que passo
Em compasso eu desejo o perene da vida
E vou prá brincadeira
Brincar com Maria Bonita
Virgulino é uma vírgula
Quer dizer pausa parada
Nesse sertão sorridente
Meu rifle dá de rajada
Sou brincante, sou menino
Dessa cilada "marvada"
Se tentar brigar comigo
Solto o bando em disparada
Só brigo se for cantando
Vamos brigar macacada
Deus e o diabo na terra do sol
Esse povo que canta é trabalhador
As rezadeiras de pé no chão
Para se conquistar liberdade
É preciso sonhar de verdade
Atiro de novo no alvo da vida
E vejo as lavadeiras
Brincando na flor da caatinga
Ô Cumpade, ô Cumade …
Nesse encontro dos riachos
Zona da Mata e Sertão
Silvério é o mel Silvestre
No cortiço do zangão
Os Vates são as abelhas
Polinizando a canção
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