Eu vi a máquina voadora
Silvério pessoaPor mais que pareça saber computar
Os nervos do corpo são cabos de modem
Que sabem e podem sentir ou pensar
Saber que um cachorro entende linguagem
Que os seres humanos já nem sabem mais
Que falta trabalho pra quem só trabalha
E tem muita metralha prá quem pede a Paz…
Saber que o olhar da criança colore
De imaginário o mundo real
E a curva do gume do fio do facão
Tem o talhe da curva do canavial
Saber que nem todos precisam de terra,
Saber que nem todos sabem fazer pão…
E um verso vadio feito de repente
Retrata pra sempre o que viu no clarão.
Eu vi a máquina voadora!!!
Saber que os loucos e os visionários
São dicionários dos sonhos de Deus,
E as almas dos mortos na tribo dos índios
São discos luzindo nos céus europeus.
O flash da foto reflete na gota
De chuva no espinho do mandacaru,
E o brilho ilumina poetas que cantam
Num pé de parede de Caruarú
Unindo os ponteiros da telepatia
E a voz invisível do computador
Eu cruzo os espaços, eu viro energia
Tesão de guitarra, trovão de tambor.
A mente se pluga num mundo de arquivos,
Memórias binárias, visões digitais,
Eletricidade transforma-se em vida
E os raios um dia serão animais.
Eu vi a Máquina Voadora!!!!
Eu vi a Máquina Voadora!!!!
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