Súplica do sertão

Eu vejo a seca, vejo a fome
O descaso dia a dia nos consome
Do lado deles, muita fartura
Do nosso lado pode crer, a vida é dura

Compartilhamos o que temos
Mas pouco a pouco nosso gado está morrendo
Ignorância não é a verdade
Acredite é a nossa realidade

Escute bem, irmão, o nosso apelo
Pois já estamos em completo desespero
Essa é a voz da nossa indignação
Não suportamos mais tamanha humilhação

Eu faço uma oração, peço a Deus todos os dias
A fé e a esperança é o que move nossas vidas
Falo por minha família, falo pelo roçado
Pela degradação de todo nosso pasto

Queremos inclusão, saúde e educação
Escute meu irmão, só queremos ser lembrados

Não, não queremos mais viver sob promessas
Pois estamos com sede de mudança, temos pressa

Sem olhar pra trás eu enxergo o futuro
Buscando encontrar uma luz no fim do túnel
Diante desse rumo eu sei vou encontrar
Pois no meio da caatinga uma flor pode brotar

Do alto dessa serra eu enxergo a minha gente
Que precisa de tão pouco para estar contente
O que eu vejo são guerreiros, o que eu vejo é gente forte
Mas sem oportunidade de mudar a própria sorte

Eu sei que ainda vamos achar uma saída
Ou até chegar o dia da saída nos achar

Não, não queremos mais viver sob promessas
Pois estamos com sede de mudança, temos pressa

Buscamos encontrar uma luz no fim do túnel
No sertão nasce flor
Buscamos encontrar uma luz no fim do túnel
No sertão nasce flor
Buscamos encontrar uma luz no fim do túnel
No sertão nasce flor
Sei que vamos encontrar e mudar o nosso rumo

Não, não queremos mais viver sob promessas
Pois estamos com sede de mudança, temos pressa