Taiguara bruno

Em terras de coronéis

Taiguara bruno
É lampião, lamparina, cabaça, cachaça, tabaco, farinha, piaba, jabá, uns dez cangaceiros e maria bonita...

Até padin ciço romão, coronel do sertão, já dizia a canção, chamava os irmãos aos pés da capela e da chibata.

Em terras de coroné
É lampião o rei pelé
Em terras de coronel não tem anel e nem papel, nem cai do céu a chuva.

É arcontado, gerúsia, califas e cúrias, é clero, é esclerose racional, escrevem a história em texto ditado.

Enquanto hilotas, metecos, aruaques, tapuias, tupis, caraíbas, marginais, se encarregam da arte e do legado.

Em terras de coroné:
Seu Jesus cristo é maomé.
Em terras de coroné, não tem migué, nem dom josé, nem rei pelé, nem xuxa.

Proclamai a independência das rédeas desse cabresto
Do contrario não se desmantelam os “fins de carreira”
Clareai junto à luz do luar o céu repleto de estrelas
E quem sabe se um dia irão ver o tempo do mar invadir o sertão e do sertão virar mar.

Em terras de coronéis!
E do sertão virar mar...
Em terras de coronéis!

É capitanias, corvéias, banais, sesmarias, vassalos de um fêudo cultural, atrofiando a mente do estado, oh, oh, oh...

E nas cabanas, senzalas, favelas, meninos, aprendem nas ruas e quintais, malabares com balas de canhão.

Quem me dera gonzagão!
Rei do baião e são joão.
Em terras de coronéis, não tem anéis, e nem papéis, e nem cai do céu a
Chuva

Quem me dera gonzagão!
Rei do baião e são joão.
Em terras de coronéis não tem anéis e nem papéis, plural de chapéu é
Chapéis

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