Cidadão comum

Sou um sujeito pacato, nordestino
Acredito até mesmo no destino
Posso até ser chamado sonhador...

Não desisto de nada que eu quero
Apostei tudo em mim e considero
Que o opositor éum perdedor...

E assim vou seguindo a minha sina
Sou um forte de alma nordestina
Obrigado a sair do sertão...
Acredito em tudo que eu faço
Se deixei minha terra é porque acho
Que não sou só um simples cidadão...

E você me vem, com esse preconceito
Pode despistar, que eu não aceito
Pois eu nasci lá, mas não sou mais um
Sem ter importância, cidadão comum

Se não fosse essa seca que atormente
Expulsando de lá toda essa gente
Nos tornando um povo sofredor...
Como é que vivia o paulistano
Sem contar com a força do baiano
Que sem dúvida é um bom trabalhador...

Se o nordestino tivesse mais cuidado
De escolher um governante mais arretado
Que investisse um pouquinho no sertão
Quero ver se o Rio ou São Paulo
Sem contar com os mal remunerados
Não terão que cair em depressão

E você me vem, com esse preconceito
Pode despistar, que eu não aceito
Pois eu nasci lá, mas não sou mais um
Sem ter importância, cidadão comum