Pra não dizer que não falei da mata
Teoria do kaosAfogaram a mãe d'água,
Quebraram a única perna do saci,
Picharam o boto cor de rosa,
E até "rasgaram a mortalha",
Trocaram o fumo da caipora.
Ta doidinha até agora
Bem feito porra !
Eu to puto de ver índio tocando,
De ver rio cantando,
Der ver chorar a Seringueira.
De saco cheio dessa hipocrisia,
Com essa onda de floresta estragando a poesia.
Já não agüento essa falsa cultura
De quem não sabe de mata se aproveitar da estrutura
Da floresta para sua auto promoção,
Negando sua identidade na sua própria canção.
Seus babacas! Vocês não sabem de nada!
Pois na tribo, caiçuma é pior que cachaça.
Pois na tribo, caiçuma é pior que cachaça
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Até as cobras já falam mau da cultura:
_ Só ouço o som de grilo, Quatipuru e Mucura!
O sagüi disse:
_ Parem de encher o saco! Será que só sai musica de urubu e macaco?
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Revoltado ficou o porquinho da mata:
_Vão pegar no pé do cavalo e da vaca
Gritaram na mata, papagaio, bem-te-vi e arara:
_Esses medíocres! Não têm vergonha na cara?
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Na cultura do povo da floresta
Tem muito mais que bicho-preguiça com olho na testa.
A floresta pode ser a nossa casa,
Mas terra de índio vai do Brasil até a Ásia .
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.
Eu to puto, de saco cheio, já não agüento esse bando de babaca.