Fado malhoa
Teresa tapadas
Alguém que Deus já lá tem, pintor consagrado
Que foi bem grande e nos doi já ser do passado
Pintou numa tela com arte e com vida
A trova mais bela da terra mais querida
Que foi bem grande e nos doi já ser do passado
Pintou numa tela com arte e com vida
A trova mais bela da terra mais querida
Subiu a um quarto que viu à luz do petróleo
E fez o mais português dos quadros a óleo
Um Zé de Samarra, com a amante a seu lado
Com os dedos agarra, percorre a guitarra
E ali vê-se o fado
Faz rir a ideia de ouvir com os olhos, senhores
Fará, mas não p'ra quem já o viu mas em cores
Há vozes de Alfama naquela pintura
A banza derrama canções de amargura
Dali vos digo que ouvi a voz que se esmera
Boçal dum Faia banal, cantando a Severa
Aquilo é bairrista, aquilo é Lisboa
Boémia e fadista aquilo é de artista
Aquilo é Malhoa
Aquilo é bairrista, aquilo é Lisboa
Boémia e fadista aquilo é de artista
E aquilo é Malhoa
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