Tetel

Infância perdida ( part. produção caseira )

Tetel
Mahriana

Desde a minha infância eu ouço as crianças são o futuro
E o alimento desse pensamento é minha fé
Minha esperança de que a dança desse fogo mude tudo
E que na chuva, no vento, a muda se mantenha em pé
Na ignorância da elegância de quem vive no escuro
Na cegueira de quem vive superficialmente até
Quem hoje é maldade, mas nasceu puro
No desespero te tire alguma coisa qualquer
Na indiferença e na descrença que torna o mundo inseguro
Num sistema que molda tudo que você quer
O mundo esquece da existência o momento mais puro
Tira da criança o direito de ser quem é

Opis

Ela é a luz que se apaga a vida que traga a morte
A semente que ninguém rega a espera que brote forte
Sem sorte, sem suporte, dorme a beira dos botes
O futuro do brasil esperando pra dar o bote
Não tem mais pipas nos fios, nem brincadeira de bola
Hoje o clima sombrio atrai mais que a escola
Antes sacos de bala, hoje sacos de cola
Não é dificil prever qual o curso da história

Mahriana

Fabrica o nóia, o traficante, a puta, o empresário
Alimenta o preconceito, a intolerância e o terror
Fabrica a escória ambulante de ricos salafrários
Que alimentam seu luxo, disseminando a dor
Jovens fúteis, adultos mercenários
Tem dinheiro, carros, posses mas lhe falta amor
Que crescem na ganância e se tornam grandes otários
Olhando pra todos com ar de superior
E nisso tudo gira em torno de um só objetivo
Ter dinheiro, status, fama e prazeres efêmeros
Um rouba, mata, se droga e se torna nocivo
O outro arrogante, limitado em todos os gêneros
Espero mesmo é que a criança já nasça rebelde
Porque se depender dos outros vai ser só mais uma
Que se encontre sempre enquanto se perde
E que o brilho dos seus olhos nunca suma

Eu quero mesmo é voltar...
Acreditar que tudo vai mudar...

Tetel

Inocência roubada, fim do conto de fadas
Vejo em calçadas mocadas em camas improvisadas
Vejo em faróis vermelhos, eu vejo em beiras de estradas
Eu vejo em sacos de lixo, como bixo abandonada
Com o sorriso escondido atrás de olhares famintos
Sem existência do amor, que deu lugar aos extintos, naturais
Manchetes de jornais leio o que prego
Olho por olho?? assim o mundo acaba cego
Exploração, contradição, não! num é nem metade
Vai falar sobre deus?? primeiro ensina sobre os padres
A maldade veste a batina na hipocrisia
Que rouba sonhos de crianças, esperança e fantasias
Almas vazias, tão pequeninas, sem lápis de cor
Cheias de ódio, assim num tem onde pinta o amor
Creio no renascimento, mas, eu só lamento
Pra isso é preciso paz e esse num é o momento
A vida se distingue e é assim que espero
Direito a ter direitos, é só isso que quero
É sincero, que o sentimento bom ficou pra trás
E se as crianças serão o futuro? não mais...
Ser incapaz de enxergar como os menor leva a vida
Felicidade? só quando a maldade tá distraída
O que passa pela cabeça de um verme e uma cadela
De jogar a princesa mais bela de uma janela
Resta lamentos, o choque que afetou a massa
No sertão morrem de fome, mas na tela não passa
E o que é ideal pra nós? distribuir gibis da mônica
Enquanto outros aprendem como fazer bombas atômicas
Desde o ventre que vim entre o cordão e o corte
Tem que ser revolução sem contar muito com a sorte
Componho vidas perdidas alimentando minhas páginas
Prefiro olhos fechados do que abertos com lágrimas


[refrão]

Porque o mundo não rega mais..
A pequena muda quer plantar a paz..
A muda cresce e vira praga..
E aí quando já cresceu o que a gente faz...

Eu quero voltar a acreditar....

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