Abriu a tua mão macia e sem amor?
Para rumos que sabes de cor
Rumos que sabes de cor
És todos os nomes do mundo
Enquanto taxas cada segundo
Maria
Maria
Vais deixar a má vida qualquer dia
Ir ao médico e pôr fim a essa azia
Mas a felicidade foi sempre esguia
E queres tanto domesticar os teus quadriz
Estar sempre perto do teu petiz
E casar, se já do amor não ris
Vês no espelho as primeiras pegas
Mas ainda és a inveja das colegas
Maria
Maria
Vais deixar a má vida qualquer dia
Ir ao médico e pôr fim a essa azia
Mas a felicidade foi sempre esguia
Maria
O pedaço de ti que vai e não vem
A ralé e fina flor das famílias de bem
És comida, amiga, e até mesmo mãe
E há quem diga que tu amas demais
Mas nem assim descontaria os teus sinais
Maria
Maria
Empurada para os últimos meios
As filas frias, coxas e seios
Lentos, mecânicos, meneios
E há noite é sem fogo mas de todo o artifício
Todos em casa dirão
Maria
És escrava do teu vício