Madalena
Unidade imagináriaSe agora é a faculdade o que antes era a escola
Continua sendo sempre a mesma coisa, o mesmo dia,
Mesmo agora que ela dirige o carro que o motorista dirigia
Se por descaso ou por faltas, as notas não vão bem,
Em casa não faz diferença, ninguém espera que ela vá mais além
Madalena não entende, esse vazio tão cheio,
A agonia da falta de não ter
E ela não sente, não entende o seu presente,
Não quer aquilo que não pode escolher
Sua mãe, sempre ocupada, só encontra Madalena
Quando vão fazer as unhas ou o cabelo no salão
E o pai acha que, se ela tivesse nascido homem,
O estudo importaria bem mais do que a boa educação
E a empregada acha estranho sua maneira de conversar,
Mas sabe que é só com ela que a menina é sincera ao falar
Madalena não entende, esse vazio tão cheio,
A agonia da falta de não ter
E ela não sente, não entende o seu presente,
Não quer aquilo que não pode escolher
No fim de semana quando ela sai, ela procura coisas novas
Novas drogas, novos homens, pra tentar se fazer sentir
E quando já é de manhã, e ela volta pra casa
Não há nada além de lágrimas, não há palavras pra exprimir
Então ela chora, chora e tenta entender o que acontece,
Mas Madalena não entende, não entende, não
Madalena não entende, esse vazio tão cheio,
A agonia da falta de não ter
E ela não sente, não entende o seu presente,
Não quer aquilo que não pode escolher