Caboclo nato

Eu sou um caboclo nato
Moro na beira do mato
Mas preciso da cidade...
Que consome o que produzo
E por lá quando eu cruzo
Faço compras na verdade.

Facão, martelo e machado
De lá eu tenho comprado
Pra usar aqui na serra...
Enxada e arame farpado
E vários bicos de arado
Que gasto cortando terra..

Que uma mão lava a outra
Temos provas naturais
Se somos filhos de deus
Temos direitos iguais.

Pra lá eu vendo mandioca
Milho seco pra pipoca
Alface, couve e tomate...
Ganso, marreco e pato
Frangos e frutas do mato
Limão, maçã e abacate.

Assim é a integração
Da cidade e do sertão
Na mais perfeita harmonia...
Cada um tem seu direito
Foi pro brejo o preconceito
Que já existiu um dia.

Que uma mão lava a outra
Temos provas naturais
Se somos filhos de deus
Temos direitos iguais.