Vasco debritto

Navegante

Vasco debritto
Quando tentei ver a costa
Não vi nada a não ser mar
Tava distante de tudo
Sem porto pra me aportar
Tinha no peito um aperto
Uma pena a me tatuar

Longe das luzes do cais
No meio de águas profundas demais
Sem rumo nem norte
Estava lançado à sorte

Já não sabia de nada
Ficava a me perguntar
Pr'onde será que isso tudo
Promete me navegar
Era um mistério profundo
Uma dúvida a me ancorar
Era feito um vagabundo
Forçado a se aventurar

Tinha perdido as amarras
E o mar a se enfurecer
Meu coração navegante
Saiu do quadrante
E eu a enlouquecer

Mas apesar das tormentas
De um modo eu sobrevivi
Mesmo que fosse de um jeito
Levado daqui pra ali
Ainda nem todo refeito
Só eu sei o que senti
Mesmo que não sendo direito
Confesso não me perdi

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