Praga urbana
Vate cabalE a vida se espreme sob escombros
Outro colapso humano
O inferno é o tormento em repetição
Não adianta fechar os olhos ou fazer que não ver
Pois todos são penalizados mesmo sem querer
Todos somos carne nesse mercado ambulante
Cíveis desarmados num mundo bélico, militante
Peças descartáveis de uma máquina exorbitante
Parte de um plano de um poderio delirante
Outro dia agonizante
Não importa se foi frio ou escaldante
O caos engole outra nação!
Mais um quadro pitado pelas mãos da destruição
Não adianta fugir ou tentar se esconder
Porque um dia o problema vem até você
Aqui a alma é vendida em qualquer estação
Qualquer esquina, canal há uma negociação
A dor, o desejo, os sonhos, a solidão
Há um preço pra tudo, quanto você tem nas mãos?
Cárceres tornaram-se os lares!
Não importa quem é inocente ou culpado!
Outro desastre em deflagração
Eu vejo tudo ao vivo na televisão
Já não faz sentido hoje fazer oposição
Pois a esquerda e a direita vão na mesma direção!
Nasce uma nova babel a cada gestação
Ninguém se entende, mas fazem reivindicações
Todos tiram proveito do desgaste da democracia
E da deficiência física da justiça
Imponentes edificações
Fissuras, fendas, já são visíveis na fundação!
Ignóbeis habitações
As necessidades ditam a sofisticação
Palafitas contrastando com cartões postais
Jardins suspensos de um abismo social
Erguidos as margens da sociedade
No centro nervoso da economia nacional
Bolsões de misérias vivendo lado a lado
Com glamour e a luxuria das socialites
Não existe felicidade absoluta, assim como não existe garantias
Tudo o que existe é a realidade conflitando com a fantasia
Sonhos se tornam em pesadelos reais a paz se torna utopia
Assim como um lindo dia de sol se torna em uma tempestade escura e fria
Muitos se arrastam pra sobreviver muitos vivem se arrastando
Muitos nascem pra vencer enquanto outros nem tanto