Velho manco

Morte justificada

Velho manco
Como suportar e viver
Sabendo que a morte irei sofrer
Pensamento me faz triste
Saber que quem amei irá morrer

O velho seu pai
Amava demais

Se havia paz, se desfez
Quando sentiu que ia enlouquecer
Se deitou com o pai e disse
Nunca vai me ver empalidecer

Descansa rapaz
É droga demais
Já louco se faz
Pensou, aqui jaz

Aquele branco de sua almofada
E o calor que no lençol se achava
A cor vermelha anulou a alva
E a cama inteira congelou à espada

Finalizando com singelo beijo
Distribuído desde a testa ao queixo
Tornou a si mesmo a espada
Tombou em meio à risada

Sangrando ante tal fato funesto
O pai naquilo viu amor sincero
Que morte justificada
Morri junto da ninhada

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