Retrato de pai
Velho milongueiro
Muito obrigado meu pai por me fazer cantador
Alegre igual ao senhor divertido e brincalhão
Com idéia de campeão apurada igual a sua
E fazer versos pra lua em noites de solidão
Alegre igual ao senhor divertido e brincalhão
Com idéia de campeão apurada igual a sua
E fazer versos pra lua em noites de solidão
Não me fez fino nem grosso nem redondo e nem quadrado
Me fez o tipo alinhado mais ou menos do seu jeito
Que sabe impor o respeito em qualquer parte que ande
Que o mundo enxergue o rio grande quando abro esse meu peito
Obrigado pelo ensino de dar carinho e perdão
Ouvir a voz da razão amar mulher e criança
Só não dar muita confiança pra depois não levar choque
Porque assim conforme o toque nesta vida a gente dança
Me dói ao dizer que agora meu velho já não existe
É o poema mais triste que o poeta escreveu
Ficou o retrato seu que lembra sua existencia
Representando a querencia esse retrato sou eu
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