Velorium

Poemo do mau jogador

Velorium
Nasceu de uma favela, tráfico cheio disso
Um barraco perfeito, meu melhor amigo
Muito para jogar, muito para ganhar

Eu canto porque não posso jogar
Eu sou gordo, todo mundo diz
Levado ao chão por um cara francês
Correndo dentro deste grande campo, esse jogo exaustivo
Meu dinheirinho para ninguém

Nunca suspire por um jogo melhor
Já foi perdido, jogado e fudido
Todo o passe que o Ronaldinho faz
Tudo apenas uma derrota na noite

Escreveu para o perdedor, escreveu para as Ronaldinhas
Elas morreram pelo gordo, aquele no campo
Criou um reino, apenas banha, nada de sabedoria
Falhou em se transformar em um Deus

Se você ler essa linha, não se lembre do fiasco que foi o jogo
Lembre-se apenas do pé, aquele sem talento
Por nós não demos nossa força, e não tivemos nenhuma força
Terra natal desconfortável, vaia do povo
Onde jogar bem virou uma sensação eu nunca conheci
A amarga derrota fudendo minha vida

Me ensine como jogar porque eu tenho medo que já se foi
Me mostre o Ballack, segure a bola
Muito eu queria dar para o povo que uma vez me amou
Sinto muito
As banhas vão dizer (minha cara de pastel)
Eu não jogo não mais para envergonhar, nem o Brasil, nem você
E uuuh. Eu queria que eu não fosse mais chamado de pipoqueiro.

(Uma alma gorda... Uma alma banhuda....)

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