Pessoas blindadas
VenerataQue nos obrigam a participar
Desligo a tv, mas nem me ligo
Que a tecnologia vai me aprisionar
Tantas correntes me prendem sem machucar
E eu vou pensando que sou livre
Pra reivindicar meus direitos
Mas tenho que me expressar sentado no sofá
Sou fardo deste chão
Que nos obrigam a nos carregar
Desligo a inteligência e vou
Assistir mais um jogo e comemorar
Nossa derrota em mais um gol do neymar
Enquanto um segundo dessa propaganda
Acumula-se em milhões as migalhas
Que você paga como imposto
Que retorna em desgosto ao seu gosto duvidoso
Empurrando goela abaixo
O que você jamais vai precisar
Contrariando suas convicções
Implantando falsas ideias
Pra você deixar de argumentar
Usamos armadura pra nos proteger
Contra o sistema e dele se abster
Estamos blindados contra o nosso próprio ideal
Quebrem as correntes, escravos do país do carnaval
Líderes estão sucumbindo ao poder
Arrebatados de seus postos
Permanecem as ideias, vão-se os corpos
Deixemos de protestar
Vamos é comemorar
Comemorar com a massa
Comemorar outra taça
Exaltem as qualidades
Esqueçam o que nos afunda
Valorizem os defeitos
Futebol, funk e bunda
Fugindo desta cultura
Tem gente querendo ir embora
Libertos desta clausura
Somos mal vistos lá fora
Somos pessoas blindadas
Em nosso próprio padrão
Repudiando inocente
E dando glória a ladrão
Fascismo barato, disfarça em democracia
Somos produtos industrializados
Devolva a terra aos índios
Não somos civilizados
Desce a borracha!
É assim que se educa o povo