De boca cheia

Tudo o que eu posso ser do seu lado eu já sei
É essa pessoa grilada, carente, distante, inconstante, quase invisível
Porque você não sossega o meu lado sensível
É o que eu não sei

Ajoelha e não reza, não atende às expectativas da mulher
Que te espera acordada, abatida, confusa
E ainda ouve meias-verdades
Porque você não entende o que é intimidade
Cai o rei

Palavra ferina, venenosa, cruel. Sempre no gatilho
Esfumaçando a linha do bom senso
E por vezes até da verdade
Porque a boca fala aquilo do que o coração tá cheio

Mas por trás do deboche o fantoche deságua
Derramando a mágoa escondida
Como um cão se lambendo a ferida
Ou chorando sem vontade só pra te causar piedade
E me sentindo a bandida

Ajoelha e não reza, não atende às expectativas da mulher
Que te espera acordada, abatida, confusa
E ainda ouve meias-verdades
Porque você nunca soube o que é intimidade