Viola urbana

Cuitelinho

Viola urbana
Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai

Quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentáia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia, ai, ai

A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d'água
Que até a vista se atrapáia, ai...

Nóis se cruzemo na espiral da vida
Mais de uma vez eu tenho consciência
De que na vida não tem coincidência, ai, ai

Nóis se gostemo e se tornemo amigo
Mil música cantemo pros nossos ouvidos
Os lás e os bemóis acordes dissonando
Em perfeita harmonia, ai, ai
Mas um dia chegou e nóis desprevinidos (e nóis desprevinido)
Caímos no chão como dois inimigo (como dois inimigo)
Nos batendo, estropiando, destruindo o construído (destruindo o construído)
No fundo do tacho um gosto de fel

Mas um dia as abelhas se voltam todinhas
E no milagre da lida
No milagre da lida o amor vira mel
Êta nóis!

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