Até ao fim
Virar dasquinaNum chão de palavras frias
A ela, amada porta
De entrada da luz naqueles dias
Morta pelo vinho e pela dor
Por luxúria violentada
Morreu aos braços dum amor
Morreu de excesso de nada!
E do outro lado do tempo
Longe do outro chão imundo
Nasce o vivo reencontro
Até ao fim do mundo!
E do outro lado do tempo
Longe do outro chão imundo
Nasce o vivo reencontro
Até ao fim do mundo!
Cegos, Pedro e Inês
Pelo seu viver
Não pensaram naquela vez
Não viram o esmorecer
Não souberam não querer
Não quiseram nem saber
Os monstros que cresceram
As trevas ignoradas
Os braços que quiseram
Manhãs nunca pensadas
Almas penadas!
Morta, por quatro mãos
Loucas de querer
Morta por pensamentos vãos
Morta por o querer
Pedro, morto na vontade
Olha o acto, impotente
Não o sabe verdade
Não é gente. Não sente
Jaz Inês paeecida
Uma Inês d'outra história
Jaz Inês, a perdida
Jaz Pedro, na memória
E do outro lado do tempo
Longe do outro chão imundo
Nasce o vivo reencontro
Até ao fim do mundo!
E do outro lado do tempo
Longe do outro chão imundo
Nasce o vivo reencontro
Até ao fim do mundo!
E do outro lado do tempo
Longe do outro chão imundo
Nasce o vivo reencontro
Até ao fim do mundo!