Volmir coelho

Cantores da praça

Volmir coelho
Sobre o concreto da praça
João resiste com seu canto
Ao meio de tantos outros
Que também sabem cantar

É o campo mostrando a todos
Que passam nas avenidas
Que a pressa é inimiga
De quem tem presa em chegar

Do alto da cruz da igreja
Uma pomba abre as assas
Um cardial faz algazarras
Sobre o bronze de uma estátua

Turva imagem que retrata
A vergonha das batalhas
Bem-te-vis comem migalhas
Junto a estes bustos da praça

João, joão
Com teu canto nos ensina
Que nas ruas e esquinas
Sempre devemos cantar

João, joão
Mesmo morando na praça
Jamais vai perder a graça
Que tem seu simples cantar

Enfeitam tardes poveiras
Estes pequenos cantores
Amenizam tantas dores
De quem souber escutar

Um sabiá faz do seu palco
A pedra de um chafariz
Como a dizer que é feliz
Mesmo distante das sangas

E do doce das pitangas
Porque tem alma e raiz
Nem mesmo o som de buzinas
E dos motores potentes

Vão calar estes cantores
Que dão luz pra alma da gente
São livre para cantar
Junto as janelas dos prédios

Para os que morrem de tédio
E não tem para onde voar

João, joão
Mesmo morando na praça
Jamais vai perder a graça
Que tem seu simples cantar
Jamais vai perder a graça
Que tem seu simples cantar
Jamais vai perder a graça
Que tem seu simples cantar

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