Romance do violeiro com a mulher serpente

Foi num dia derradeiro que isto me aconteceu
Durante a transformação de uma menina em mulher
Bati os meus olhos nos dela e as serpentes se encontraram
Toda terra veio ardente, o fogo queimando o céu
Quando a noite virou dia muita gente estremeceu

As montanhas se moveram, fizeram grandes muralhas
Protegendo o violeiro e a mulher serpente, amada
Muita gente lá de fora vendo a vida vindo alada
Tentava transpor os montes com forças desesperadas
Mas fogo era intenso entre ele e a namorada

Era dia vinte e oito quando eu fui alvejado
Naquele ambiente escuro e mesmo assim iluminado
A cobra veio certeira e deu um bote bem mirado
A vingança foi ligeira e eu peguei do outro lado
Quando cobra engole cobra o mundo fica atordoado

Os deuses então brigaram com todas as criaturas
Jogaram pragas sangrentas praquelas pobres figuras