Pedido de casamento
Zé fortuna & pitangueira
Baiano:
- Boa noite, seu joanim.
Italiano:
- Bona cera, zé romão. Má porco cão, uma hora dessas vem me tirar do colchão! Entra pra dentro rapaz, que aí fora você esfria. Aconteceu alguma coisa? Quem morreu de sua familia?
Baiano:
- Não. Não aconteceu nada, eu vim aqui pra falá. Mas, primeiro quero sabê. A sua fia num tá?
Italiano:
- A rosina? Tá na cozinha lavando o pé na mastela. Má, porco cão, você qué falá comigo, ou qué falá com ela?
Baiano:
- É com o sinhô. Mas, sabe, né? Eu nem sei como começá...
Italiano:
- Desembucha logo rapaz, se não você vai se engasgá.
Baiano:
- Seu joanim é o seguinte, eu vim aqui pra sabê, se o senhor me aceita... Ou melhor, se tem porco prá vendê?
Italiano:
- Ostregão! E precisava tanta demora assim? Quase morreu engasgado prá falá isso pra mim. Vô te mostrá agora mesmo os porcos no chiqueirão. Vô levá a lamparina, se não nós não vê o chão. O chiqueirão é por aqui. Zé romão me acompanha, mas se abaixa ali na cerca, se não os espinho te arranha.
Baiano:
- Alevante o arame que eu passo, assim, ai, ai, ai, credo que horror. Me abaixei tão depressa que minha calça rasgô.
Italiano:
- Num faz mar. Depois arrumo uma agulha com barbante e a minha filha rosina te remenda num instante. E cuidado com o sabugo que ocê leva um escorregão. Pronto, ói que linda porcaria, já tamo no chiqueirão. Veja aí esse marrote, é o fio da porca ruzia, raça boa de engordá, e como come, ai, mama mia!
Baiano:
- Mas se ele come muito não me interessa, seu joanim. No preço que tá o milho vai ficá caro pra mim eu sou pobre, e o sinhô sabe num vale a pena tirá lavage da minha boca para o bichinho engordá.
Italiano:
- Tem essa aí perto do cocho. É a porca da minha surela,se você quisé comprá eu posso falá com ela.
Baiano:
- Essa também é muito grande, porisso não me interessa. Somos só em dois e o que eu faço com uma porcaiona dessa.
Italiano:
- Êpa, apagou a lamparina. E agora, zé romão? Nóis fiquemo no escuro, perdido no chiqueirão, eu nesse frio, de ceroula, te mostrei toda a porcada e você não comprou nenhum. É, já vi tudo, você não qué nada.
Baiano:
- Bem seo joanim, eu de fato não quero porco. Me descurpe o atrevimento. É que eu queria pedi, a sua fia em casamento.
Italiano:
- Ostregão, porca mastela. Então é isso que você queria?. E você tem ordenado, pra tratá da minha fia? Você acha que eu vou deixá a rosina morrê de fome? Você tá maluco, zé romão. Você sabe quanto ela come? Só hoje ela comeu seis prato de macaron, trêis rodela de polenta com fritada de pimentão, sete metro de lingüiça com salada de machucho, quatro quilo de ricota e ainda não encheu o bucho. Por sobremesa ela comeu quatro mamão e uma jaca, é porisso que minha fia tá mais gorda do que uma vaca. Bem, vô me deitá, fique aí no meio do chiqueirão. Junto com os porco que vão te consolá, zé romão. Bona cera, bona cera, bona cera.
Baiano:
- Ó xente, eu já vi tudo. Meu fim é morrê sortero. Vim arrumá casamento e acabei num chiqueiro!!!
- Boa noite, seu joanim.
Italiano:
- Bona cera, zé romão. Má porco cão, uma hora dessas vem me tirar do colchão! Entra pra dentro rapaz, que aí fora você esfria. Aconteceu alguma coisa? Quem morreu de sua familia?
Baiano:
- Não. Não aconteceu nada, eu vim aqui pra falá. Mas, primeiro quero sabê. A sua fia num tá?
Italiano:
- A rosina? Tá na cozinha lavando o pé na mastela. Má, porco cão, você qué falá comigo, ou qué falá com ela?
Baiano:
- É com o sinhô. Mas, sabe, né? Eu nem sei como começá...
Italiano:
- Desembucha logo rapaz, se não você vai se engasgá.
Baiano:
- Seu joanim é o seguinte, eu vim aqui pra sabê, se o senhor me aceita... Ou melhor, se tem porco prá vendê?
Italiano:
- Ostregão! E precisava tanta demora assim? Quase morreu engasgado prá falá isso pra mim. Vô te mostrá agora mesmo os porcos no chiqueirão. Vô levá a lamparina, se não nós não vê o chão. O chiqueirão é por aqui. Zé romão me acompanha, mas se abaixa ali na cerca, se não os espinho te arranha.
Baiano:
- Alevante o arame que eu passo, assim, ai, ai, ai, credo que horror. Me abaixei tão depressa que minha calça rasgô.
Italiano:
- Num faz mar. Depois arrumo uma agulha com barbante e a minha filha rosina te remenda num instante. E cuidado com o sabugo que ocê leva um escorregão. Pronto, ói que linda porcaria, já tamo no chiqueirão. Veja aí esse marrote, é o fio da porca ruzia, raça boa de engordá, e como come, ai, mama mia!
Baiano:
- Mas se ele come muito não me interessa, seu joanim. No preço que tá o milho vai ficá caro pra mim eu sou pobre, e o sinhô sabe num vale a pena tirá lavage da minha boca para o bichinho engordá.
Italiano:
- Tem essa aí perto do cocho. É a porca da minha surela,se você quisé comprá eu posso falá com ela.
Baiano:
- Essa também é muito grande, porisso não me interessa. Somos só em dois e o que eu faço com uma porcaiona dessa.
Italiano:
- Êpa, apagou a lamparina. E agora, zé romão? Nóis fiquemo no escuro, perdido no chiqueirão, eu nesse frio, de ceroula, te mostrei toda a porcada e você não comprou nenhum. É, já vi tudo, você não qué nada.
Baiano:
- Bem seo joanim, eu de fato não quero porco. Me descurpe o atrevimento. É que eu queria pedi, a sua fia em casamento.
Italiano:
- Ostregão, porca mastela. Então é isso que você queria?. E você tem ordenado, pra tratá da minha fia? Você acha que eu vou deixá a rosina morrê de fome? Você tá maluco, zé romão. Você sabe quanto ela come? Só hoje ela comeu seis prato de macaron, trêis rodela de polenta com fritada de pimentão, sete metro de lingüiça com salada de machucho, quatro quilo de ricota e ainda não encheu o bucho. Por sobremesa ela comeu quatro mamão e uma jaca, é porisso que minha fia tá mais gorda do que uma vaca. Bem, vô me deitá, fique aí no meio do chiqueirão. Junto com os porco que vão te consolá, zé romão. Bona cera, bona cera, bona cera.
Baiano:
- Ó xente, eu já vi tudo. Meu fim é morrê sortero. Vim arrumá casamento e acabei num chiqueiro!!!
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