Zé helder

Cururu do currila

Zé helder
O currila correu
Se enfurnou pelo mato
Na beira da estrada
Nem deu tempo de ver
Sua penugem rajada
Lá ficou ele escondido
Só dando risada
Sou capiau e só ando no mato
Prestando atenção
Se é passarinho que vejo
Não serve pra temperar meu feijão
Mas ele tempera a vida
De poesia e beleza
Seu canto tempera a viola
Que toca umas moda
Pra espantar tristeza
Muitos amores eu tenho na vida
Por encontrar
Tirar o leite das pedras
E o milho da roça por semear
Canguçu dá o bote
Teiú dá rabada
Alma de gato erra pelo sertão
Errar é a sina
De quem não fincou suas raízes no chão
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